sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Aumenta o Som


Garagem-Festival Unisul de Bandas deixa sua marca na noite de sexta

O dia 24 de outubro de 2008 vai ficar na história da Unisul e conseqüentemente do Unisul Cultural. A marca se deve ao Garagem-Festival Unisul de Bandas que lutou contra chuvas e trovões para se realizar. O palco era a Tenda Cultural Pedra Branca que arrematou acadêmicos, professores, funcionários e também a comunidade local.
Foram longos meses de organização passando por itens como palco, iluminação, som, tendas, júri, e etc.
Foram 20 bandas inscritas. Dessas, nove foram selecionadas e mais tarde nova escolha aconteceria para que enfim os vencedores festejassem seus prêmios. Estavam em jogo R$900.00, R$700.00 e R$500.00 para primeiro, segundo e terceiro lugares respectivamente, além de R$300.00 para a melhor torcida.
O decreto final estava dividido em cinco frentes. Entre elas Fernando Menezes, diretor do estúdio Gothan que já gravou trabalhos da banda Tijuqueira, Ramayana Lira que estudou música na Universidade Federal da Paraíba e a equipe do programa Na Pilha da TV com, representados pelos apresentadores Rodrigo Padilha e Jordana Pires, além do produtor do programa Mascos Assmann. A eles era incumbida a árdua tarefa de avaliar quesitos como apresentação cênica, arranjos, letra e melodia. Jordana, que gostou do evento acha importante estar ligado às novidades que aparecem no cenário musical de Santa Catarina e também de todo o mundo. O evento deste ano priorizou canções autorais, para ela “as atenções devem ser voltadas para músicas próprias. É com esse tipo de trabalho que se consegue medir a febre de uma banda”.
Para Fabiano Scarrone, aluno de Publicidade e Propaganda, “no cover você mostra o que é capaz de fazer em cima de algo que esta pronto”. Na música autoral tudo que é feito é algo particular, “é 100% você ali em cima no palco”, determina o estudante.
Conforme o horário se aproximava das 20:30h, o público chegava na Tenda Cultural Pedra Branca. As torcidas organizadas apareceram com balões e uniforme, intercalando gritos de guerra com barulhos ensurdecedores.
Estava tudo pronto e já era ora de botar pra quebrar. Os trabalho começaram com a banda Tapa na Colméia, que tinha o propósito de resgatar as virtudes que fizeram do Rock’n’Roll o maior instrumento de expressão da juventude. A segunda apresentação foi da banda Echoe, formada literalmente na garagem. Cantando Duas Contradições os caras misturaram Punk com o Hardcore caracterizando o som. A próxima atração deixou o rock de lado e cantando em língua Africana-Bantu, o grupo Árvore Sagrada conquistou não só o público mais também os jurados que decretaram o segundo lugar para eles.
As apresentações eram intercaladas com o Quiz Unisul Cultural. As perguntas relacionadas a Unisul que fossem respondidas de forma correta eram premiadas com uma camiseta do festival.
E a festa prosseguiu com Caravan 87. A banda que possui cinco anos de estrada e vem amadurecendo tocou Quem Vem Lá. O Rock Progressivo das décadas 60 e 70 reapareceu nos versos da banda Os Quantos, formada por dois cunhados que aproveitavam encontros de família para expressar seus sentimentos.
Enquanto uma banda saía e outra entrava as torcidas roubavam a cena, Pedro Augusto Moor, representante da banda os quantos acha o festival importante tanto para as bandas quanto para o público que gosta de acompanhar elementos novos. Ao ser perguntado sobre quem ganharia o prêmio de melhor torcida ele foi calado por um coro que soou, “ossss quantoooooooooooooossss”. Mal sabiam eles que o grito seria o decreto final dos jurados e os quantos levariam o prêmio de melhor torcida.
Na volta ao palco quem tomou a frente do espetáculo foi à banda Zig, que tinha na voz de Daliane Lebage as esperanças de prêmios. O reggae não poderia ficar de fora e a Livre Consciência tratou de incluí-lo no repertório do Garagem. Piero Diogo, interprete da música Mandrake Eleitoral acredita que os músicos “fazem uma espécie de mágica para sobreviverem”. Se está difícil ganhar dinheiro com música o Garagem ajudou a continuidade da banda de Piero que levou o terceiro lugar e conseqüentemente R$500.00 para casa. Ele concorda que “a paixão pela música é que nem andar de bicicleta. Quando você descobre como é, nunca mais esquece”.
A banda Stalonnes misturou o Punk dos anos 70 com Hardcore e contagiou a platéia.
Se os dizeres bíblicos “os últimos serão os primeiros” são verdades, o Garagem comprovou essa teoria. A banda Não Contén Glúten, última a se apresentar, faturou o primeiro lugar.
Antonio Franco, integrante da banda estava entusiasmado com a conquista do festival. “Divulgar o trabalho dos outros na categoria cover é a pior coisa que tem, a valorização de canções autorais é importante”, acrescenta.
Após a apresentação de todas as bandas, os jurados se recolheram para a reunião final e conseqüentemente escolha dos campeões. Todavia a espera não teve tempo para suspense. O grupo de dança afro-brasileira Filhos de Axé tratou de encantar o público que ainda se fazia presente. A percussão regia os movimentos das dançarinas que trocaram energias com a platéia.
E foi assim, mesclando entusiasmo, apreensão, nervosismo e alegria que o Garagem perpetuou sua história. Alguns saíram sabendo da importância de aprimorarem seus talentos, outros determinados a se consumarem como músicos, mas todos com gosto de quero mais.

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